terça-feira, 6 de julho de 2010

Actividade 2 - IDENTIDADE SOCIAL NA ADOLESCÊNCIA

Apresento aqui algumas reflexões sobre as teorias de desenvolvimento que serviram de base ao desenvolvimento das tarefas nesta actividade.
De acordo com a teoria psicossocial de Erikson, a tarefa mais importante da adolescência é a construção da identidade.
Construir uma identidade, para Erikson (1972), implica definir quem a pessoa é, quais são os seus valores e quais as direcções que deseja seguir pela vida. O autor entende que identidade é uma concepção de si mesmo, composta de valores, crenças e metas com os quais o indivíduo está solidamente comprometido.
A formação da identidade recebe a influência de factores intrapessoais, de factores interpessoais e de factores culturais.
Esse sentimento de ter uma identidade pessoal dá-se de duas formas: a primeira é perceber-se como sendo o mesmo e contínuo no espaço e no tempo; e a segunda é perceber que os outros reconhecem essa semelhança e continuidade.

Marcia(1966) apresenta duas dimensões essenciais na formação de qualquer identidade pelo adolescente: uma crise ou exploração e um comprometimento ou compromisso.
Por crise ou exploração, Marcia entende o período de tomada de decisão, quando antigos valores e antigas escolhas são reexaminados, podendo ser repentinamente ou gradualmente.
Na segunda dimensão, comprometimento ou compromisso, Marcia supõe que o indivíduo tenha realizado uma escolha relativamente firme, servindo como base ou guia para a sua acção. O resultado desejado da exploração é o comprometimento com algum papel específico, alguma determinada ideologia. O comprometimento é medido pelo grau de investimento pessoal que o indivíduo expressa. Os compromissos correspondem às questões que o indivíduo mais valoriza e com as quais mais se preocupa, reflectindo o sentimento de identidade pessoal.

Kimmel e Weiner (1998) resumem os compromissos em três atitudes: atitudes ideológicas (valores e crenças que guiam as acções) atitudes ocupacionais (objectivos educativos e profissionais) e atitudes interpessoais (orientação de género que influencia as amizades e relacionamentos amorosos).

Para Marcia existem 4 estados de identidade: execução, moratória, difusão e construção.
No estado de execução, o adolescente persegue metas ideológicas e profissionais eleitas por outros (pais, figuras de autoridade…). Não experimenta uma crise de identidade. Pode ser o estado inicial do processo de formação da identidade adulta, partindo dos valores infantis.
No estado da moratória, os comprometimentos são adiados e o adolescente debate-se com temas profissionais ou ideológicos. Está passando por uma crise de identidade e não definiu as suas escolhas.
No estado de Construção de identidade, o jovem faz as suas escolhas e persegue metas profissionais ou ideológicas. Atravessou a crise e chegou ao comprometimento.
No estado de Difusão de identidade, o adolescente não está no meio de uma crise, embora possa ter havido uma no passado, e não chegou a nenhum comprometimento.
Marcia considerou os estados da moratória e construção da identidade os mais elevados no processo de desenvolvimento da identidade pessoal, pois estes podem ser considerados autoconstruídos.

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